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Mosaic paralisa produção de superfosfato simples no Brasil


A Mosaic fará uma parada temporária na produção do superfosfato simples (SSP) em suas unidades de Araxá (MG) e Fospar (PR) em resposta à disparada nos preços do enxofre, um dos principais insumos utilizados na fabricação do fertilizante.

Os funcionários que atuam nessas unidades entrarão em férias coletivas e as plantas serão submetidas a manutenções pontuais. “A Mosaic segue monitorando a evolução do mercado e os preços das matérias-primas e manterá atualizados os planos de produção conforme necessário”, informou a empresa por meio de nota.

Em entrevista ao videocast Raiz do Negócio, no início deste mês, o country manager da Mosaic no Brasil, Eduardo Monteiro, havia demonstrado preocupação com a alta do enxofre, que passou de US$ 150 para cerca de US$ 500 a tonelada em quatro meses.

Além de refletir uma forte demanda da Ásia para a indústria de mineração, a produção de enxofre tem sofrido algumas interrupções temporárias na Rússia devido ao conflito com a Ucrânia, que vem atacando algumas refinarias russas, explicou Monteiro, na ocasião.

A alta do enxofre também pode ser interpretada como uma sinalização de que os preços dos fertilizantes fosfatados, como o Super Simples ou MAP, não deverão cair no curto prazo, acrescentou o executivo. Segundo ele, o aumento de custos que as indústrias tiveram com a disparada do enxofre ainda não foi repassado para os preços dos fertilizantes.

A briga nos fosfatados

A decisão da Mosaic de paralisar a produção do SSP momentaneamente também ocorre em um momento de mudanças no mercado de fosfatados. As importações brasileiras de fosfatados de baixa solubilidade e de menor concentração, produzidos na China, dispararam nos dois últimos anos com a busca dos produtores por redução de custos.

Como Monteiro mencionou na entrevista ao Raiz do Negócio, uma parceria entre The AgriBiz e InfoMoney, esses produtos de menor concentração representam hoje 12% de todas as misturas de fósforo que estão disponíveis no mercado.

E chamou a atenção para o risco de queda na produtividade agrícola nas próximas safras. “Baixa solubilidade significa menor tecnologia e menor produtividade”, afirmou na ocasião. “O efeito prático disso é que, a partir do terceiro ano, uma produtividade média de soja pode ser reduzida em até 30%”, alertou em referência à safra 2026/27.



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