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Imposto de importação sobre café pressiona torrefadores dos EUA que já enfrentam preços altos

As primeiras tarifas dos EUA sobre importações de café desde os tempos coloniais aumentarão os custos e a complexidade para importadores e torrefadores que já estão lidando com preços quase recordes.
Os EUA anunciaram na quarta-feira tarifas de 46% sobre importações do Vietnã, o segundo maior produtor de café do mundo, bem como uma taxa de 32% sobre importações da Indonésia, o quarto maior produtor.
Produtores de café da América Central e do Sul, como Brasil e Colômbia, receberam uma tarifa de 10%.
O Vietnã é o terceiro maior fornecedor de café para os EUA, o maior consumidor mundial da bebida. Ele exporta principalmente café robusta, um tipo amplamente usado para fazer café instantâneo, bem como bebidas geladas prontas para beber.
“O Vietnã é o grande que se destaca”, disse Tomas Araujo, corretor da StoneX. “Daqui para frente, será um desafio para a cadeia de suprimentos e para os usuários finais, com custos adicionais”, disse ele.
“Isso é grande. A tarifa sobre o Vietnã significa US$ 2.500 a mais por tonelada” para um comprador dos EUA, disse um trader europeu. Os futuros de robusta da ICE, a referência global de preço, estavam sendo negociados em torno de US$ 5.390 por tonelada na quinta-feira.
Não se sabe se os grãos já a caminho dos EUA estão sujeitos à grande tarifa, ele observou.
Países exportadores de cacau, o principal ingrediente para a fabricação de chocolate, também foram taxados. O produtor número 1, Costa do Marfim, recebeu uma tarifa de 21%.
“Tanto a indústria do café quanto os fabricantes de doces farão lobby pesado para que as tarifas sejam removidas desses produtos”, disse a analista de commodities leves Judith Ganes, presidente da J Ganes Consulting. “Eu pessoalmente duvido que as tarifas sejam mantidas.”
Os torrefadores dos EUA provavelmente terão que mudar dos robustas do Vietnã para os do Brasil, conhecidos como conilons, disseram especialistas. Mas o Brasil não tem muitos robustas, pois produz principalmente a variedade arábica mais suave.
Os EUA terão que competir pelos conilons com a indústria local brasileira, eles disseram, enquanto a Europa e a China podem se beneficiar tendo um fornecimento maior do Vietnã a preços mais baixos.
Fonte: Reuters
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