
Com mais de R$ 2 bilhões em projetos aprovados apenas em 2025, o Fundo Amazônia atingiu o maior volume anual desde sua criação e consolidou uma nova fase de expansão, com impacto direto na proteção ambiental, no desenvolvimento sustentável e na inclusão social na Amazônia Legal, além da ampliação de ações para o Cerrado e o Pantanal. O desempenho reforça a retomada operacional do mecanismo e amplia sua capacidade de execução em escala inédita.
Os resultados foram apresentados nesta quarta-feira (17), durante a Reunião Anual de Doadores do Fundo Amazônia com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), realizada no Rio de Janeiro. O encontro reuniu representantes dos países apoiadores para a prestação de contas da execução dos projetos.
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Gerido pelo BNDES, sob coordenação do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA), o Fundo Amazônia é considerado a maior iniciativa mundial voltada à redução de emissões por desmatamento e degradação florestal (REDD+) e um dos principais instrumentos da política ambiental e climática brasileira.
Segundo o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, os números confirmam a relevância do Fundo como política pública estruturante. Para ele, a retomada permitiu acelerar análises, ampliar a cooperação internacional e transformar recursos em ações concretas no território. “O Fundo Amazônia demonstra que é possível combinar rigor na governança, escala de financiamento e resultados efetivos de proteção ambiental e desenvolvimento sustentável”, afirmou.
Retomada e crescimento acelerado
Entre 2023 e 2025, o Fundo Amazônia aprovou e contratou R$ 3,7 bilhões em projetos, o equivalente a 56% de todo o volume apoiado desde a criação do mecanismo. Para efeito de comparação, entre 2009 e 2018, período de uma década, foram aprovados R$ 2,9 bilhões, em valores atualizados pela inflação. O salto evidencia a ampliação da capacidade operacional e a reorganização da estrutura de gestão do fundo.
A retomada também impulsionou o apoio internacional. Desde 2023, o número de doadores passou de dois para nove países, incluindo Noruega, Alemanha, Estados Unidos, Reino Unido, Suíça, Japão, Dinamarca, Irlanda e a União Europeia. No período, foram firmados US$ 309 milhões em novos contratos de doação, com US$ 212 milhões já internalizados, além de novos compromissos financeiros em negociação.
Esse avanço contribui diretamente para o cumprimento das metas brasileiras no âmbito do Acordo de Paris e do Plano de Ação para Prevenção e Controle do Desmatamento na Amazônia Legal (PPCDAm), liderado pelo MMA.
Redução do desmatamento e fortalecimento local
A ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, destacou que os resultados refletem a retomada da política ambiental no país. Segundo ela, houve redução superior a 50% do desmatamento na Amazônia em 2025, na comparação com 2022. “Essa queda viabiliza a captação de novos recursos e permite direcioná-los a quem protege a floresta: povos indígenas, comunidades tradicionais e locais”, afirmou.
Os projetos aprovados neste ciclo também reforçam a prevenção e o combate a incêndios florestais. O Fundo financia a estruturação de 30 bases operacionais, a capacitação de cerca de 5 mil profissionais e a distribuição de 500 veículos e 30 mil equipamentos, fortalecendo brigadas estaduais e os Corpos de Bombeiros. As ações abrangem os nove estados da Amazônia Legal e avançam para áreas do Cerrado e do Pantanal, como Minas Gerais, Goiás, Piauí, Bahia, Mato Grosso do Sul e o Distrito Federal, em alinhamento com a política de Manejo Integrado do Fogo.
De acordo com o secretário-executivo do MMA, João Paulo Capobianco, a parceria internacional tem potencializado compromissos assumidos pelo Brasil. Ele citou a redução de 39,5% na média nacional de incêndios entre 2017 e 2024, com quedas expressivas na Amazônia (-75,8%) e no Pantanal (-93,3%), além do avanço do programa União com os Municípios, que já reúne 70 dos 81 municípios prioritários no combate ao desmatamento.
Restauração e economia sustentável
Na agenda de restauração, o programa Restaura Amazônia destina R$ 450 milhões à recuperação de áreas degradadas. Já são 45 projetos selecionados, abrangendo 26 Terras Indígenas, 80 assentamentos e oito Unidades de Conservação, consolidando o Arco da Restauração como política pública estruturante.
O Fundo também investiu R$ 595 milhões em atividades produtivas sustentáveis, beneficiando mais de 20 mil famílias e fortalecendo mais de 60 organizações locais, com destaque para iniciativas lideradas por povos indígenas e comunidades tradicionais. Segundo o superintendente de Meio Ambiente do BNDES, Nabil Kadri, a nova estratégia ampliou a capilaridade e colocou essas populações como protagonistas das ações.
Ao longo de 17 anos, o Fundo Amazônia aprovou mais de 140 projetos, apoiou 650 instituições, alcançou mais de 75% dos municípios da Amazônia Legal e beneficiou mais de 260 mil pessoas, consolidando-se como uma das principais referências globais em financiamento ambiental.
As informações detalhadas sobre projetos, doações e resultados estão disponíveis no site oficial do Fundo Amazônia.
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