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Ex-executivo da Meta diz que aprendeu com Zuckerberg a equilibrar vida e trabalho


Quando Martin Ott entrou no Facebook para liderar as operações do Norte e Centro da Europa como diretor-geral, em 2012, a empresa ainda era pré-IPO, estava em transição do desktop para os smartphones e tinha apenas alguns milhares de funcionários no mundo.

Ele é um dos poucos líderes que testemunharam de perto a evolução da Meta — desde seus primeiros dias improvisados sob o comando de um Mark Zuckerberg de vinte e poucos anos até se tornar uma das plataformas mais poderosas do mundo.

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Mas a maior lição que levou desse período não foi sobre escala, velocidade — ou trabalhar sem parar. Ott credita a Zuckerberg o aprendizado oposto: focar em causar o maior impacto possível durante o horário de trabalho.

“Uma das coisas que também estou transmitindo é: existem apenas ‘x’ horas no dia”, diz Ott, hoje CEO da Taxfix, um aplicativo de imposto de renda com sede em Berlim e avaliado em mais de US$ 1 bilhão, em entrevista à Fortune.

“Pergunte a si mesmo: qual é a única coisa que você poderia fazer hoje para realmente gerar impacto, fazer diferença? Pergunte a si mesmo: você realmente precisa estar naquela reunião ou não?”

Bilionários da tecnologia dizem que é preciso trabalhar 24/7, mas Ott afirma que isso só leva ao esgotamento

É uma visão revigorante, especialmente quando tantos líderes de tecnologia dizem que a única forma de chegar lá é estar sempre disponível.

Lucy Guo, cofundadora da Scale AI e a mulher mais jovem do mundo a tornar-se bilionária por conta própria, acorda às 5h30 e encerra o dia à meia-noite. Ela já disse à Fortune que pessoas que buscam equilíbrio estão no emprego errado.

Enquanto isso, o CEO da Twilio, Khozema Shipchandler, disse à Fortune que o único período em que ele permite a si mesmo não pensar em trabalho é entre seis e oito horas aos sábados.

E ainda há Reid Hoffman, o visionário por trás do LinkedIn, que já afirmou que equilíbrio entre vida pessoal e profissional simplesmente não é possível no mundo das startups — especialmente para fundadores. Com exceção do jantar em família, ele chegou a admitir que espera que funcionários estejam sempre trabalhando.

“Esse ritmo 24/7 só funciona por um tempo”, diz Ott, acrescentando que desligar é importante não só para líderes, mas também para quem trabalha sob eles. “É também proteger os membros da equipe contra o esgotamento. Você nunca quer chegar a esse ponto.”

“Trata-se de garantir que você não esteja ligado o tempo todo, mas sim atuando de forma deliberada.”

Equilíbrio e limites para e-mails e reuniões

Além de focar apenas nas reuniões onde pode realmente gerar impacto, Ott criou práticas deliberadas para proteger seus próprios limites e os da equipe.

“Então, o mais importante é que eu estruturo meu dia.” Ott acorda cedo quase todas as manhãs, por volta das 5h30, e lê por meia hora antes de se exercitar.

“Eu me exercito de manhã, corro aqui no lago”, conta, acrescentando que tenta manter contato com uma rede de apoio e também medita para manter a saúde mental. “Às vezes, eu medito todos os dias, e depois abandono. Agora estou na fase em que deixei de fazer e quero retomar.”

Mas mesmo começando o dia cedo e redigindo e-mails antes das reuniões, ele garante que eles só cheguem à equipe quando o expediente começa: “Eu começo a escrever mensagens no Slack e e-mails. Muitas vezes, eles só são enviados com uma função de agendamento às 8h ou 9h. Assim, eu não tiro as pessoas do tempo livre delas, que elas precisam para recarregar — porque é uma maratona.”

“Todos te dizem: quando você inicia ou dirige uma empresa, haverá altos e baixos. Haverá crises constantes. Há muita pressão também”, acrescenta Ott. “Você precisa encarar isso como uma maratona, não uma corrida de velocidade. E isso também significa manter alta performance por um longo período. E isso não funciona em regime 24/7.”

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