Da pandemia às 2 mil unidades de mini mercados
Eduardo Córdova não chegou ao patamar atual da noite para o dia. Muito antes de fundar o market4u, focado em mercados autônomos para condomínios residenciais e comerciais, com funcionamento de 24h e sete dias por semana, ele teve alguns insucessos na carreira de empreendedor, que começou lá em 2007, quando estava próximo dos 18 anos de idade.
Toda esta bagagem foi o que fez com que tivesse condições de fundar o que se tornaria a maior rede de microfranquias do Brasil – quando o investimento inicial não ultrapassa R$ 135 mil -, de acordo com números da Associação Brasileira de Franchising, a ABF.
“Eu tive a oportunidade de montar diversos negócios, desde startup de vending machine para ciclistas, açougue, agência de publicidade”, disse o convidado deste episódio de Do Zero ao Topo, à apresentadora Jamille Niero.
Em 2016, por exemplo, Córdova conta que tinha cerca de 10 negócios diferentes ao mesmo tempo. Foi neste momento que percebeu a necessidade de estudar mais sobre gestão de pessoas. “Eu precisava montar times capazes, com competências que eu não tinha”, explicou o CEO. Ao longo dos anos, ele acumula mais de 30 CNPJs abertos.

O início e a pandemia
Em fevereiro de 2020, a marca passou a ser realidade, depois de muita tentativa e erro em diferentes segmentos de negócios.
A primeira loja foi inaugurada no dia 12 daquele mês. Cerca de um mês depois, veio a pandemia de covid-19: em março, a OMS decretou oficialmente o estado de pandemia;
em abril, vieram os primeiros períodos de quarentena e fechamento do comércio no Brasil.
Este período, desafiador, acabou sendo de oportunidade para a operação do market4u. De acordo com o fundador do negócio, as pessoas entenderam a importância do empreendimento. “O negócio precisa solucionar uma dor. E o nosso foi uma solução importante para a comunidade poder ter uma compra com distanciamento social, de maneira mais segura. E nós estávamos preparados para crescer no formato que a gente apostou.”
De olho em franquias
Visando uma escalabilidade acelerada em relação à capilarização, o market4u apostou no formato de franquias – quando pessoas interessadas no negócio compram unidades de lojas e acabam custeando as instalações. Isso é um ótimo jeito para reduzir custos de abertura de unidade, por exemplo, e faz com que tudo possa ser feito mais rapidamente. É o famoso crescer com o dinheiro “dos outros”, entregando, como contrapartida, transferência de know how, direito de uso de marca e possibilidades de retornos ao franqueado.
“A franquia é um setor que acaba gerando oportunidade também para quem perde emprego, por exemplo (comum naquele recorte de tempo)”, comentou o empresário.
Investimento em confiança
O CEO reforça que, hoje, a marca vende que existe, sim, oportunidade. Ao mesmo tempo, existe muito trabalho e responsabilidade por parte do franqueado. Porque, por mais que o negócio seja ancorado no fato de ser autônomo, com self checkout, existe toda uma demanda por gestão – especialmente de estoque, para entender quais tipos de produtos saem com mais frequência, quais têm validade mais curta e quais precisam ser refrigerados, por exemplo.
“Nós ficamos muito felizes que não temos ação na Justiça de nenhum franqueado. O negócio de franquia é confiança, é um alinhamento de expectativa muito claro entre as partes”, diz Córdova. “Fico muito feliz também que amigos nossos e parentes comprem unidades, além de colaboradores também. Isso reforça que somos transparentes.”



