TECNOLOGIA

Como aplicar monitoramento e IoT no campo



A Internet das Coisas (IoT) no agronegócio é uma das principais forças da transformação digital no campo.

Trata-se do uso de dispositivos conectados, como sensores, estações meteorológicas, coletores de dados e atuadores, que monitoram o ambiente agrícola em tempo real e enviam informações automaticamente para plataformas de gestão

Essas tecnologias formam um ecossistema inteligente que interliga máquinas, lavouras, animais, pessoas e softwares, permitindo uma visão mais completa e precisa da propriedade rural.

Neste artigo, aprofundamos o assunto para que você entenda as possíveis aplicações e benefícios da Internet das Coisas na atividade rural.

O que é IoT no agronegócio

A IoT no agronegócio deixa de ser uma tendência e passa a ser uma realidade cada vez mais acessível. Hoje, pequenos e médios produtores já conseguem utilizar sensores na lavoura sem a necessidade de infraestrutura complexa

O avanço de redes de comunicação específicas para o campo, como LoRaWAN, 4G rural e Wi-Fi de longo alcance, ampliou significativamente o acesso à agricultura conectada, tornando o monitoramento digital mais simples, confiável e econômico.

Por meio desse ecossistema, dados antes difíceis de coletar, como umidade do solo, índice de luminosidade, temperatura, saúde animal, operação de máquinas e volume de chuva, passam a ser registrados automaticamente. Isso elimina deduções realizadas de forma precipitada pelos produtores, reduz desperdícios e fortalece o planejamento das atividades agrícolas e pecuárias.

Como funciona o monitoramento digital da lavoura

O monitoramento agrícola baseado em IoT segue uma lógica simples: sensores captam dados, enviam para a nuvem e transformam essas informações em indicadores úteis para a tomada de decisão. Esse fluxo pode ser dividido em quatro etapas principais:

Coleta de dados em tempo real

Sensores instalados no solo, em áreas de cultivo, em estufas ou em equipamentos agrícolas medem parâmetros essenciais para a produção: umidade, temperatura, pH do solo, presença de pragas, volume de irrigação, entre outros. Cada dispositivo tem uma função específica, mas todos compartilham a característica de operar continuamente.

Transmissão via redes conectadas

Esses dados são enviados para um servidor na nuvem por meio de tecnologias de comunicação, como 4G, Wi-Fi rural, satélite ou redes de baixa potência. A escolha depende da área, cultura e infraestrutura disponível na propriedade.

Processamento e análise das informações

Plataformas de agricultura conectada organizam e analisam as informações recebidas. Processamento de dados, Inteligência Artificial (IA) e machine learning (aprendizagem de máquina) podem ser aplicados para gerar alertas e recomendações automáticas. O produtor recebe relatórios em painéis de gestão simples e intuitivos.

Ação direta no campo

Com base nos dados, é possível programar irrigadores, ajustar operações mecanizadas, planejar insumos, mapear pragas e organizar a agenda de manejo. Em sistemas mais avançados, a automação toma decisões sozinha. Por exemplo, acionando o sistema de irrigação quando o solo atinge determinado nível de umidade.

Principais dispositivos e sensores

A base da IoT no campo está nos dispositivos instalados na lavoura. Entre os mais utilizados na produção agropecuária, destacam-se:

Estação meteorológica digital

Monitora clima, temperatura, umidade do ar, velocidade do vento, radiação solar e precipitação. É crucial para prever riscos e planejar operações agrícolas.

Sensor de umidade e temperatura do solo

Um dos equipamentos mais usados em lavouras irrigadas. Mede a quantidade de água no solo e evita desperdícios, além de ajudar a determinar o momento correto de plantio e adubação.

Sensores de luminosidade

Permitem identificar se a cultura está recebendo luz adequada para o seu desenvolvimento. Essenciais em estufas e cultivos protegidos.

Sensores de pragas e doenças

Alguns dispositivos detectam padrões de movimentação ou presença de insetos, auxiliando no controle biológico e no manejo integrado de pragas.

Coletores de imagens e câmeras inteligentes

Drones, armadilhas digitais e câmeras fixas capturam imagens da lavoura para análises avançadas. Algoritmos identificam estresse hídrico, danos foliares e falhas no plantio.

Etiquetas RFID e colares inteligentes

Amplamente utilizados na pecuária, as etiquetas RFID e os colares inteligentes monitoram deslocamento, saúde e comportamento dos animais, criando um histórico individualizado.

Sensores acoplados a máquinas agrícolas

Equipamentos medem consumo de combustível, velocidade, rotações e produtividade em tempo real, ampliando o controle operacional. Esses dispositivos funcionam como os “olhos e ouvidos digitais” da fazenda.

Benefícios da automação no campo

A digitalização impulsionada pela IoT gera impactos diretos na produtividade, na sustentabilidade e na competitividade da propriedade rural. Entre os principais benefícios, destacam-se:

Tomada de decisão baseada em dados

Em vez de depender apenas da experiência, o produtor passa a trabalhar com informações precisas. Isso diminui erros e aumenta a eficiência das operações.

Redução de custos operacionais

Com sensores, o uso de insumos como água, adubo e defensivos se torna mais racional. Desperdícios são evitados e o retorno sobre o investimento é melhorado.

Aumento da produtividade agrícola

O monitoramento constante ajuda a identificar problemas rapidamente, evitando danos que poderiam comprometer a safra. Plantio, irrigação e colheita ficam mais otimizados.

Sustentabilidade e uso eficiente dos recursos

A agricultura conectada permite ações mais assertivas e de baixo impacto ambiental, contribuindo para práticas sustentáveis e fortalecendo o manejo integrado.

Rastreabilidade e conformidade

Dados coletados pelos sensores podem ser usados para comprovar boas práticas agrícolas, apoiar certificações e facilitar auditorias.

Mais segurança e controle remoto

O produtor não precisa estar fisicamente presente para acompanhar o desempenho da lavoura. Alertas de risco, como variações bruscas de temperatura, são enviados automaticamente.

Exemplos práticos de aplicação

A IoT no agronegócio já é realidade em propriedades de diferentes tamanhos e perfis produtivos. Alguns exemplos ilustram como o monitoramento agrícola transforma o dia a dia do campo:

Irrigação inteligente em lavouras de frutas

Produtores de café, citros, uva e hortaliças, por exemplo, usam sensores de umidade e estações meteorológicas para ajustar o volume de água aplicado. A irrigação só é acionada quando o solo realmente precisa, reduzindo até 40% do consumo hídrico.

Monitoramento de estufas e cultivo protegido

Sensores de clima controlam automaticamente ventiladores, telas de sombreamento e sistemas de nebulização. Isso garante temperatura e luminosidade ideais para culturas sensíveis.

Logística e rastreamento de máquinas

Tratores e colheitadeiras equipados com sensores enviam dados sobre rotas, velocidade e consumo, facilitando o planejamento de operações e a manutenção preventiva.

Agora que você sabe como aplicar o monitoramento e a IoT no campo, recomendamos que leia a entrevista exclusiva sobre como evitar ataques cibernéticos no agro. Afinal, um hacker pode sequestrar seu trator.





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