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Embrapa lança nectarina vermelha de ciclo médio



Foto: Paulo Lanzetta

A Embrapa lançou uma nova nectarina vermelha, a BRS Carina, desenvolvida para atender a demanda do mercado de frutas de clima temperado e ampliar as oportunidades de renda para produtores rurais do Sul e Sudeste do Brasil.

O principal diferencial da nectarina é o ciclo médio de produção, com colheita a partir da última semana de novembro.

A nova cultivar foi oficialmente apresentada no fim de novembro, durante um dia de campo realizado na propriedade do produtor José Nichetti, em Pinto Bandeira (RS). O evento reuniu produtores, técnicos e pesquisadores em uma parceria entre a Embrapa, a Associação dos Produtores de Frutas de Pinto Bandeira (Asprofruta) e a empresa Silvestrin Frutas, com o objetivo de difundir a tecnologia e incentivar o cultivo da BRS Carina no país.

A nectarina vermelha é resultado do programa de melhoramento genético de frutas de caroço da Embrapa, a BRS Carina se destaca pela casca lisa, brilhante e de cor intensa, além do sabor doce com acidez equilibrada, características que aumentam o apelo comercial junto ao consumidor.

Segundo o pesquisador e melhorista genético da Embrapa Clima Temperado (RS), Rodrigo Franzon, a nova variedade complementa o calendário de colheita das cultivares BRS Cathy, BRS Dani e BRS Janita, oferecendo maior regularidade de oferta ao mercado.

“A BRS Carina é mais adaptada às condições brasileiras, tem coloração mais intensa, melhor sabor e atende às exigências do consumidor atual”, explica.

Produção nacional ainda não supre a demanda

Apesar do aumento do interesse do consumidor, a produção brasileira de nectarina ainda é insuficiente para atender o mercado interno. Os principais polos produtivos estão no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina, mas em escala menor quando comparada à do pêssego.

Nos anos de 2020 a 2024, o Brasil importou, em média, 5,45 mil toneladas de nectarinas por ano, chegando a ultrapassar 10 mil toneladas em anos anteriores. Um dos fatores que limitavam a expansão da cultura era a falta de cultivares bem adaptadas, produtivas e com padrão de qualidade elevado. Com o lançamento da BRS Carina e de outras variedades recentes, a expectativa é de aumento da área plantada, maior competitividade e redução da dependência de importações.

A nectarina é uma fruta sazonal, com colheita concentrada entre novembro e janeiro, período estratégico para o abastecimento do mercado nacional. O crescimento do consumo indica boas oportunidades de mercado, tanto para produtores já estabelecidos quanto para aqueles que buscam diversificar suas atividades na fruticultura.

Características da BRS Carina

A BRS Carina, inicialmente identificada como Necta 508, é resultado do cruzamento entre as cultivares Sunred e Rayon. Adaptada às condições climáticas do Sul e Sudeste, a variedade exige entre 200 e 300 horas de frio (temperaturas iguais ou inferiores a 7,2 °C).

As plantas apresentam vigor médio, com floração entre o fim de julho e o início de agosto. A colheita começa no final de novembro, podendo variar conforme a região e o manejo do pomar. Os frutos têm peso médio entre 80 e 110 gramas, boa firmeza e teor de açúcar que varia de 11 a 17 °Brix, garantindo qualidade para consumo in natura.

A produtividade média supera 20 toneladas por hectare, podendo ultrapassar 30 toneladas por hectare, dependendo das condições de cultivo. A polpa é amarela, com possíveis traços avermelhados próximos ao caroço semilivre, e a película apresenta mais de 90% de cobertura vermelha intensa.



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